sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

CARNAVAL



















A FESTA ONDE O POVO BRASILEIRO

AFOGA SUAS FRUSTRAÇÕES
E
ESQUECE SEUS PROBLEMAS
MORAIS E ESPIRITUAIS


SAULO AURELIO ROCHA
João Pessoa - PB.

Quem nesta vidinha terrena tão provada e expiada não brincou o seu carnavalzinho? O gosto pela festa inquietante, luxuriante e embriagadora do Rei Momo passa de pai para filho.

Por enquanto, é uma manifestação popular e folclórica que a sociedade humana vê como uma "brincadeira" mesmo que ela sempre acabe em intoxicações alcoólicas, uso de drogas ilícitas, brigas, prisões e até mortes.

O carnaval nas décadas dos anos 50, 60 e 70 era mais recatado e até "familiar". A droga da moda era a lança-perfume e os desfiles eram feitos em carros de passeio por ruas e avenidas do centro da cidade.

As marchinhas não tinham letras tão chulas e de duplo sentido como as de hoje. Eram românticas e gostosas de cantar nos salões dos clubes que promoviam seus "bailes especiais" sob o som de uma orquestra bem afinada.

Com o advento dos grandes desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro, São Paulo e dos trios elétricos sonorizados da Bahia, o carnaval do século 21 distanciou-se cada vez mais dos carnavais lúdicos e familiares do passado.

Transformou-se em negócio lucrativo para uns poucos oportunistas e exploradores da ingenuidade de quem acredita seja o carnaval uma simples "brincadeira". Tem muita rica com a festa de Momo.

Por outro lado, uma multidão de homens e mulheres vive disputando quem vai ser a "rainha mais nua da bateria" o "destaque mais cheio de plumas e paetês" e o "casal porta-bandeira nota dez". Enquanto outros pagam uma fortuna por abadás para correr "atrás do trio elétrico" protegidos apenas por grossas cordas de isolamento.

Segundo o meu amigo de fé e camarada, Carlos Barros, "carnaval é uma festa que entorpece os sentidos do Espírito e aguça os instintos da animalidade humana, transformando homens e mulheres em fantoches de sua própria insensatez".

Cada um transveste-se na fantasia que o seu estado moral e espiritual declina.

Ainda bem que agora os espíritas, os católicos e os evangélicos (ex-foliões) estão promovendo retiros, encontros e confraternizações para quem não gosta de carnaval. As opções são muitas e os preços compatíveis com o recurso de cada um.

Com o tempo, o carnaval há de dar o seu último suspiro. Como já provocou o último suspiro de muita gente que "morreu sambando", "pulando aquele frevo rasgado" na avenida.

Não vai fazer falta. Pelo menos para mim que nunca vivi nem sobrevivi do carnaval.

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