segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Comentário




COBRANÇA
DE
EVENTOS




JOSÉ PASSINI
Juiz de Fora - MG

Vez por outra, discute-se no meio espírita a questão do pagamento de taxa de inscrição para participação em eventos doutrinários. É tema delicado que envolve muitas situações particulares e, às vezes, se choca frontalmente com opiniões até apaixonadas de alguns irmãos.

Por isso, merece a atenção e a preocupação daqueles que se propõem ao trabalho espírita, mantendo as atividades sob sua responsabilidade dentro dos parâmetros saudáveis que não são facilmente verbalizáveis numa lista de "permitido" ou "proibido", mas intuitivamente sentidos por aqueles que buscam agir com equilíbrio e bom senso.

É imprescindível tenhamos cuidado constante, muita vigilância e apoio na oração, na busca de diretrizes do plano espiritual superior, a fim de não levaros o movimento espírita a incidir nos mesmos desvios sofridos pelo movimento cristão que, vagarosa e imperceptivelmente se tornou uma religião institucionalizada, hierarquizada, na qual o trato com valores monetários passou, da contribuição espontânea para assistência aos mais necessitados, à fixação de taxas disfaçardas sob vários nomes, encaminhadas para a manutenção do profissionalismo, construção de prédios e acumulação de riquezas.

Necessário se faz que nós, que abraçamos a Doutrina Espírita - e que temos a certeza inabalável da sua missão de reviver o cristianismo na sua pureza, simplicidade e pujança originais - avaliemos as ações que estão na nossa esfera de decisão, com vistas aos reais objetivos do Espiritismo.

Entre o extremo de dar tudo de graça - inclusive livros - e cobrar entrada ou taxa de inscrição para palestras, simpósios, seminários, há um meio-termo ideal, ditado pelo bom senso. Será que não há outros meios de se resolver o problema?

Sempre chamamos a atenção de companheiros de ideal, dirigentes de Casas Espíritas, para o fato de necessitarmos de colaboradores financeiros, a fim de prover pagamentos de despesas, como água, luz, telefone, material de limpeza, conservação do imóvel, etc.

Há grupos espíritas que têm excesso de escrúpulos no sentido de pedir ao público em geral, levando o ônus financeiro a alguns poucos. Neste particular, lembramos Emmanuel (espírito que orientou o saudoso médium Chico Xavier), que aconselhou: "As obras espíritas devem ser mantidas com o pouco de muitos e não o muito de poucos".

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