terça-feira, 4 de novembro de 2008

Divulgadores









DEVAGAR
COM
O
ANDOR...





CELSO MARTINS
Rio de Janeiro - RJ.

Aprecio muito os ditados populares dos quais se destaca este que é por demais conhecido: "Devagar com o andor que o santo é de barro!"

É claro que não ignoro o desejo que leva muita gente querer levar adiante certas recomendações espíritas, mesmo que seja sincero e digno de meu respeito escrupuloso. Todavia, há que não se cair no erro e, mesmo, no ridículo, porque, aí, os adversários gratuitos poderão cair na gargalhada, e com justa razão.

São os espíritas exaltados, conforme classificação de Kardec em O Livro dos Médiuns. Eles dirão (e não poderemos refutar) que não temos a cabeça no lugar. Que bomos um bando de fanáticos. Que sem conhecer este mundo já nos arvoramos a explicar o outro.

Limitar-me-ei a dois exemplos que li e ouvi, um há mais de 20 anos e outro, em outubro deste ano.

Num livro em três pequenos volumes sobre o aborto (ou melhor dito, contra o abortamento provocado), um autor encarnado (perdão não declinar o nome) dizia que numa reunião de desobsessão um espírito dizia que estava com uma missão altamente importante para o mundo. Mas sua jovem mão cometeu o aborto. E ele então passou a odiá-la violentamente.

Cabe perguntar duas questões. Primeira: como é que a Espiritualidade Superior iria confiar a uma adolescente inexperiente a missão de ser mãe de um espírito que se dizia (ou se julgava) altamente missionário? E segunda: um Espírito por demais elevado iria odiar quando outro, menos avançado, pensaria em perdoar?

E este livro sobre os abortados andou sendo muito vendido por aí. Louvo a intenção do autor (eu também sobre este crime me posiciono e cuidemos não seja introduzido na lei brasileira); mas acho infantil o argumento invocado.

Num programa de Rádio (agora facilmente ouvido na InterNet) ouvi médico oncologista (logo, um cientista), que se dizia espírita, alegar ter o peixe e demais seres inferiores alma coletiva (e eu diria seres anteriores, conforme livro "A Alma dos Animais", calcado na pequena Biologia de que dei aulas e ainda sou aluno relapso).

Argumento: Quando você se aproxima de um cardume, o bando se desfaz indo um para cada lado do seio aquático. Pergunto: Então os homens também têm alma coletiva. Se você gritar na rua: "fogo!" a multidão se dispersa também.

Mais um caso que ouvi em outubro deste ano. A médium dizia que um médium do seu conhecimento foi a um matadouro e, ao ver a vaca ser levada ao abate, nela incorporou e lhe sentiu as dores do massacre (sic)!

E como fica a questão da diferença de sintonia do perispírito entre do homem e do boi? - indago eu. Tenho muitos casos a citar, mas fico por aqui. Pensemos nisso. Pensemos já!

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