terça-feira, 4 de novembro de 2008

Mediunidade




A MISSIONÁRIA
QUE NÃO SABE
DE SUA MISSÃO




CARMEM BARROS
João Pessoa - PB.

Uma senhora estava à procura de um Centro Espírita no bairro onde moro. Bateu palmas e fui atendê-la. Interessei-me pelo assunto e pedi-lhe para entrar e sentar. Ela agradeceu a gentileza e pôs a falar sem que eu lhe interrompesse durante uma hora e meia.

Identificou-se logo como uma médium de cura e de trabalho em mesa mediúnica. Passara por um casamento cheio de problemas. Estava no segundo consórcio matrimonial. Viajara pelo Brasil a fora em busca de informações sobre a sua "mediunidade missionária".

Freqüentou Igreja Católica e Evangélica. Não se adaptou às suas liturgias. Tentou terreiros de Candomblé e Umbanda. Não se lembrava do nome do "santo" ou "orixá" de quem era "filha". Agora queria conhecer o Espiritismo e integrar-se de corpo e alma às suas atividades.

Repetia que era "médium de mesa" sem, contudo, justificar o seu anseio por essa atividade. Nunca leu nenhuma das Obras Básicas de Allan Kardec. Sequer sabia quem era o médium de cura e orientador espiritual que a convidara para ir até o Centro Espírita daquele bairro.

Demonstrava sinais característicos de perturbação psicológica e espiritual. No entanto, tinha certeza que o médium e dirigente do Centro Espírita iria curá-la definitivamente. Ela havia "prometido" essa cura para ela.

Dei-me conta do tempo que passara rápido quando o maridão gritou lá do escritório: "Beeem!!! O feijão está queimando!

A senhor lamentou o ocorrido e se despediu sem entender porque eu não trabalhava mais no Centro Espírita do bairro, já que era portadora de "uma mediunidade maravilhosa". Ela sentiu isso quando apertou a minha mão.

Daí fiquei com aquela indagação na cabeça: por que sou sempre a última pessoa a saber disso???

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