domingo, 16 de novembro de 2008

Movimento













CASAS ESPÍRITAS DA
GRANDE
JOÃO PESSOA
ESTÃO
FICANDO SEM

FREQÜENTADORES


SAULO ROCHA
João Pessoa - PB.

Quem anda circulando pelas Casas Espíritas da região metropolitana de João Pessoa, fazendo ou assistindo palestras, já percebeu que o número de freqüentadores vem diminuindo gradativamente. Não se sabe bem o que vem provocando essa "evasão", mas o fato é bem visível e incontestável.

Esse esvaziamento começou na década dos anos 90 quando espíritas, pouco ortodoxos e desapegados ao sistema doutrinário da Federação Espírita Brasileira, passaram a cobrar mais fidelidade e respeito às orientações kardequianas que, ao longo do tempo, perdeu significativo espaço para o docetismo roustainguista.

A Casa do anjo Ismael (FEB) reagiu determinando "fraternal e caridosamente" a exclusão e o isolamento dos espíritas rebeldes.

Desde então, espíritas sem vez e sem voz dentro do movimento "unificado" passaram a questionar a conduta igrejificada das instituições que fizeram voto de obediência e silêncio às Federativas estaduais.

Esse espírito de rebeldia cresceu e modificou os caminhos do movimento espírita tupiniquim. Surgiram novos grupos com uma filosofia pautada na dialética da análise aberta e do debate alteritário, sem imposição de regras para o livre pensar e o agir com ponderação e bom senso.

Sem freqüentadores condicionados a ouvir, a repetir os rituais litúrgicos da reunião pública cantalorada, do passe obrigatório, da água fluidificada pelos Espíritos, da veneração pelo dirigente missionário, as Casas Espíritas se viram na obrigação de diminuir o número de cadeiras em seus auditórios por falta de público cativo.

Em João Pessoa, capital, as instituições que estão em franco declínio de participação do povo de suas comunidades são as seguintes: Vianna de Carvalho (Expedicionários), Tomaz de Aquino (Centro), Caravana da Fraternidade Cristã (Jaguaribe), Maria Madalena (Roger), Leopoldo Cirne (13 de Maio), Luiz Sérgio (Mangabeira 6), O Consolador (Geisel), Doze Apóstolos (Água Fria), Bezerra de Menezes (Cruz das Armas) e Diogo de Vasconcelos Lisboa (Costa e Silva).

Dizem os analistas de plantão que a violência urbana é um dos fatores que implicam negativamente nesse processo de evasão. O N. E. André Luiz (Bessa) foi invadido em plena reunião pública, às 16 horas, por ladrões armados, no dia 25 de outubro. Levaram jóias, celulares e dinheiro das pessoas que assistiam a palestra ministrada por Suely Cavalcanti, dirigente da instituição.

E essa não é a primeira vez que uma Casa Espírita, na Grande João Pessoa, é assaltada à luz do dia ou arrombada na calada da noite pelos "amigos do alheio".

Sem segurança para ir vir a qualquer hora do dia ou da noite, espíritas mais previdentes preferem estudar a Doutrina dos Espíritos em casa, sempre reservando um instante para aquela vibração básica em favor de suas próprias vidas e de suas residências.

Um amigo nosso, espírita de alma alegre e espirituosa, recomenda que devemos andar com algum trocado no bolso para não "aborrecer" os meliantes de plantão. Eles podem não gostar do "trocado", mas vão sentir na própria pele que somos caridosos até sob a mira de um velho "três oitão".

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