HINOS QUE EXALTAM A "DIVINDADE"
DE JESUS, DE MARIA DE NAZARÉ E
DE ÍCONES ESPÍRITAS CRIAM
POLÊMICA NO MOVIMENTO
ESPÍRITA PARAIBANO
CARMEM PAIVA DE BARROS
João Pessoa - PB
A criação de grupos musicais na década dos anos 90 virou febre entre as mocidades espíritas da Paraíba. O grupo musical ACORDE, criado para divulgar a arte e a musicalidade talentosa da mocidade vinculada à Federação Espírita Paraibana (FEPB), inspirou a formação de outros grupos sem a vitalidade criativa do primeiro.
Os dirigentes de Casas Espíritas usam até hoje as promoções artísticas desses grupos para angariar recursos com a venda de shows musicais, cedês e camisetas. Mas já é evidente a saturação do movimento paraibano em ouvir músicas sem qualidade e interpretadas por "cantores em fim de carreira" que, segundo o jornalista Octávio Caúmo, "jamais foram estrelas nos palcos da vida profana".
Tem muita música boa e também muita música que compromete até a realidade espiritual de Jesus - quase sempre apresentado como "Deus" - e de sua mãe, Maria de Nazaré, que já é decantada como "Mãe Divina".
O movimento espírita paraibano, ainda bastante influenciado pela Igrejas Católica e Evangélica, com suas danças, cantorias e louvações ao "divino e maravilhoso", continua à deriva no imenso mar de fantasias doutrinárias e mediúnicas.
As suas lideranças - homens públicos respeitáveis - não veem nada demais em tudo isso. Se nessas igrejas o povo gosta de cantar e dançar (e paga caro para isso), por que não pode nas Casas Espíritas?
Afinal de contas - justificam os dirigentes paraibanos - quem vai pagar as contas de água, luz, telefone, internet e de manutenção das instituições? A questão é séria e delicada.
Mas os fins não justificam os meios quando a questão é preservar a Doutrina Espírita das novidades e dos modismos que estão sempre se imiscuindo do seu espaço ecumênico para divulgar e vender "um Espiritismo feito ao gosto de quem pode pagar" por shows musicais e cedês de má qualidade.
Antes de pensar na venda de shows musicais, de cedês e de camisetas, para aumentar as dependências, proporcionar conforto aos frequentadores e trabalhadores de suas Casas Espíritas, os dirigentes paraibanos devem ter em mente que "buscar recursos financeiros em promoções que atentam contra a verdadeira finalidade do Espiritismo, não é aconselhável sob o ponto de vista ético nem moral.
E chega dessas cantorias melosas, sentimentalistas e salvacionistas que evocam um estado de vida espiritual paradisíaco que ainda estamos longe de experimentar.
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