sexta-feira, 7 de novembro de 2008

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JORNAL ABERTURA

IGNORA REALIDADE

FINANCEIRA DO

MOVIMENTO

ESPÍRITA





SAULO ROCHA
João Pessoa - PB

Uma nota crítica de PENSADOR (setembro 2008) em cima dos eventos espíritas brasileiros, cada vez mais caros e elitizados, desagradou o redator da seção IMPRENSA ESPÍRITA, do jornal ABERTURA (outubro 2008), editado pelo Instituto Cultura Kardecista de Santos (ICKS).

No contexto do seu discurso, o redator diz que "a cobrança de taxas em eventos é comum e não vê porquê os espíritas devam ser beneficiados com algum tipo de isenção". E mais adiante sapeca: "O jornal (PENSADOR) diz que os assalariados não participam dos eventos... Que assalariados?!"

Ele esquece que o movimento espírita tupiniquim também é fomentado por gente simples que ganha um ou pouco menos de um salário mínimo mensal, e nem sempre dispõe de R$ 100,00 ou R$ 200,00 sobrando para pagar taxa de participação em eventos onde desfilam gente pouco preocupada em trabalhar sinceramente em favor da Doutrina dos Espíritos.

A maioria das "estrelas" que passa por congressos a exemplo do que é realizado na cidade de Natal, RN, está focada em si mesma, na própria vaidade estimulada por bajuladores de plantão e pela imprensa espírita que aprendeu a dissimular a conduta hipócrita do segmento elitizado do nosso meio.

Resta lembrar ao redator do conceituado mensário espírita santista que Emmanuel já aconselhava: "As obras espíritas devem ser mantidas com o pouco de muitos e não o muito de poucos".

E o saudoso médium mineiro Francisco Cândido Xavier não escondia o seu descontentamento com eventos caros e elitizados, que já exploravam a boa fé do povo simples e assalariado que sempre existiu em nosso país. Dizia o sábio e sensato Chico Xavier: "Pago para não participar de eventos dessa natureza".

Para bom entendedor, poucas palavras bastam...

Um comentário:

Anônimo disse...

Prezado Saulo Rocha,

Permita-me discordar do título de seu artigo no Blog da ANESPB ("JORNAL ABERTURA IGNORA REALIDADE
FINANCEIRA DO MOVIMENTO ESPÍRITA"). Li, com atenção e interesse, sua postagem, assim como já havia lido a manifestação do meu querido Jaci Régis, no Abertura que você enquadra. Penso que tanto um quanto o outro discorrem sobre facetas - até, complementares - de uma mesma questão. A primeira: 1) o movimento espírita (e seus adeptos) tem uma equivocada "mania" de achar que "tudo" provém dos Espíritos Superiores e advoga a máxima "dai de graça o que de graça recebestes"; 2) O espírita em geral está mal-acostumado com as atividades "gratuitas" promovidas por instituições espíritas, em que se chega, senta, fala (às vezes come - "coffee break", e vai embora "sacudindo as mãozinhas livres", sem ter feito qualquer esforço. Contudo, "não há almoço grátis", ou seja, alguém PAGA para que aquilo exista, para que os eventos aconteçam, para que o ambiente esteja limpo, arejado e acolhedor. Logo, seria uma espécie de contraprestação, no caso de eventos "especiais", já que para a "rotina" dos centros, já existe a "turma que contribui" (associados); 3) Há uma confusão entre "cobrança de taxas" (que eu chamo de contribuição administrativa) e "elitização do movimento". Uma coisa é você transferir, a preços módicos, reais e sem exploração, o custo da participação para os interessados, inclusive com a possibilidade de franquia para adolescentes e jovens não-assalariados, pessoas com dificuldades financeiras (sem contrangê-los, é claro), ou, até, a opção "inscrição em bloco", para que pessoas de uma mesma família (cujo "financiador" geralmente é um dos "cabeças" desta) possam se beneficiar de descontos; 4) Devemos usar, sempre, o bom senso, para organizar e para cobrar inscrições em eventos culturais, filosóficos ou científicos, à luz do espiritismo. Em algumas ocasiões, fizemos o seguinte: cobramos, mas oferecemos em contrapartida, uma apostila, um livro, um CD ou outro meio de "valorização" material da presença e da participação, com base nos custos reduzidos da "feitura" do que seria disponibilizado aos participantes (quanto maior a quantidade, menor o preço unitário, como se sabe).
Enfim, Jaci está correto quando diz que é "desculpa" velha dizer que não se deve pagar pela "informação espírita". Se assim fosse, como sobreviveriam (ou sobrevivem) jornais, revistas, editoras, etc.? Do "pão espiritual"? Francamente... E, você, igualmente, está correto quando diz que há muita gente "boa" por aí, fazendo eventos em "hotéis luxuosos" ou "centros de convenção suntuosos" para "aparentar" sua capacidade organizacional-administrativa e a "pujança" (?) do movimento local, regional, estadual, que reúne multidões... Fazem como alguns "coleguinhas" aqui do Sul do Brasil, que montaram "grandes eventos", fizeram a filmagem (em DVD) das palestras e, até hoje, meu caro, as pessoas que PAGARAM ADIANTADO para receber depois, talvez só consigam indo ao SPC, PROCON, Justiça... Belo exemplo, não?
Abraço grande do "pensador" Marcelo Henrique, de Florianópolis (SC)