quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Comentário

















DIA DA CONFRATERNIZAÇÃO

UNIVERSAL E DIA

MUNDIAL DA

PAZ
...

SAULO ROCHA
João Pessoa - PB

Enquanto povos e nações em aparente estado de paz celebravam o nascer de mais um ano, parte do mundo entrou em 2009 sob o signo da guerra. Os terroristas bascos, na Espanha, jogaram um caminhão-bomba na sede de uma TV espanhola, dois dias antes do novo ano. O exército israelense está convocando reservistas para a linha de fogo cerrado contra os palestinos na Faixa de Gaza.

Sem falar nas guerras silenciosas do Oriente Médio envolvendo países beligerantes e sequiosos em varrer da face da Terra os colonialistas ingleses, franceses e norte-americanos.

Aqui, no hemisfério sul, as guerras urbanas e rurais são contra a miséria fomentada pela desigualdade social que leva crianças e adolescentes ao tráfico de drogas, pela ganância de madeireiros insensíveis, pela incompetência de um poder judiciário que não enxerga um palmo adiante do próprio nariz quando deve fazer valer o rigor da lei contra políticos, banqueiros e juízes inescrupulosos.

O Paraguai, a Venezuela e a Bolívia continuam arredios diante dos credores internacionais. O Brasil ainda insiste com aquela história de Mercosul enquanto o mundo financeiro está literalmente falido e muita gente desempregada e morando na rua.

Assim começa o ano de 2009. Um ano "bichado" por resultados negativos no complexo campo das relações diplomáticas. Os governantes não se entendem e não entendem que o mundo precisa de um tempo para dialogar com os homens de boa vontade.

Quem canta e decanta a paz não está encarando a realidade política e sociológica do mundo que, a cada ano, parece desacreditar ainda mais na capacidade do ser humano de conjugar o verbo pazear com o exercício pleno do respeito incondicional às outras etnias.

Enquanto o homem continuar predador do seu semelhante, o conceito de paz não passará de uma retórica poética nos corações daqueles que vivem isolados e deprimidos por conta da violência e da brutalidade da criatura que se recusa a se espiritualizar pela vontade do seu criador.

A cultura de paz é complexa no sentido de fazer o homem compreender que é dele a maior responsabilidade de fomentá-la entre nações e povos habituados a cultura de guerra. E essa cultura deve ser demonstrada com a sensibilidade de uma alma que ainda acredita ser possível transformar o mundo interior dos homens que vivem dos confrontos pelas armas.

Faço minhas as palavras de Aristides Ávila: "Quase sempre vivemos mal, quando podíamos viver melhor. E se não vivemos bem é porque vemos em cada semelhante um inimigo, que nos parece merecer ódio, porque não nos dá aquilo que gostaríamos de receber".

Espero, sinceramente, que 2009 seja mesmo um ano de mudanças extremas na sociedade humana. A começar pelos Direitos Humanos tão decantados e desrespeitados pelos governantes que não enxergam o povo como parte integrante de um segmento social merecedor de respeito, dignidade e liberdade de expressão.

As mulheres, as crianças e os idosos devem ser incluídos na lista de prioridades desse governantes que não vêm o futuro com a racionalidade de um político sensato e sensível às causas humanitárias.

Paz é tudo que o mundo anseia. Mas a humanidade parece não estar preparada para vivê-la em sua plenitude. Sinto isso a cada ano que surge no calendário do tempo, senhor da razão.

Enquanto outra guerra não estoura por aí, vamos nos preparar para o carnaval!

Nenhum comentário: