terça-feira, 13 de abril de 2010

ARTIGO

INCORPOREMOS O ESPÍRITO
DE CIDADANIA DIANTE DA
MISÉRIA SOCIAL HUMANA


CARLOS ANTONIO DE BARROS
João Pessoa - PB

Delinquência e prostituição, gravidez precoce e sonhos desfeitos ainda na tenra idade. Esse é o quadro triste e vergonhoso que atinge famílias, crianças e adolescentes pobres e abandonadas por este Brasil afora.

A luta pela sobrevivência as obriga a catarem nos lixões e nas ruas - desorientadas e famintas - o pão de cada dia.

Em qualquer lugar, onde haja pessoas que possam comprar alguma coisa, lá estarão elas vendendo de tudo um pouco. Drogas e até mesmo o próprio corpo, frágil e mal formado em sua estruturação física e psicológica.

São todas crianças em fase escolar, desejosas de brincar e crescer naturalmente, com direito a sonhar com um amanhã mais promissor em suas vidas. Os pais, em sua maioria, são simples reprodutores da natureza, inconscientes de suas responsabilidades morais numa sociedade de homens mais esclarecidos.

Companheiros espíritas tentam justificar tudo isso alegando que as nossas crianças e os nossos adolescentes, socialmente excluídos, experimentam um processo cármico reparador. Não seria do Estado e da própria sociedade civil o desempenho desse papel "reparador"?

Não devemos aceitar essa visão simplista, cômoda e indiferente sem o devido questionamento da causa moral dos problemas sociais que assolam todo o país. Dinheiro não falta para o amparo social com infra-estrutura que garanta um amanhã sem constrangimentos para nossas crianças e nossos adolescentes.

Todos nós temos o dever moral de amparar essas "crianças jogadas no mundo", estendendo-lhes os benefícios da educação em todas as suas formas de manifestação social, cultural, esportiva, moral e espiritual.

Sem esquecer, obviamente, de orientar e apoiar os pais que, diante da solicitude da vida, pedem apenas condições dignas de sobrevivência, sem a barganha do voto em período eleitoral. Conscientizemos as famílias carentes de pão, trabalho, educação e fé racional que o destino de suas vidas está sob o império do livre arbítrio de suas atitudes e escolhas pessoais.

Façamos a nossa parte incorporando o verdadeiro espírito de cidadania, trabalhando por uma sociedade mais justa e verdadeiramente igualitária. Mas sem esquecer de que Deus é pai justo e misericordioso, nunca um padrasto frio e indiferente...

QUEM É O ARTICULISTA - Carlos Barros tem 60 anos, é jornalista e divulgador espírita há mais de 20 anos. Aposentado, coordena a Oficina de editoração gráfica eletrônica da ANESPB com instalações em sua residência, em espaço reservado. Endereço para contato: cabarros157pensador@hotmail.com.

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