segunda-feira, 12 de abril de 2010

ARTIGO

SER IDOSO SEM SER SUPERADO
PELO TEMPO E PELA
OCIOSIDADE


CARMEM PAIVA DE BARROS
João Pessoa - PB

Assim como o dia se vê ofuscado pela noite, o homem também se vê surpreendido pelo amadurecimento intelectual e moral, fase em que as responsabilidades lhe chamam a atenção toda hora.

Alguns homens e mulheres, nessa fase da vida, não suportam a carga psicológica das mudanças físicas e entregam-se à depressão e ao isolamento com a mente voltada para um passado saudosista. Outros superam essas mudanças com naturalidade, impondo em suas vidas uma dinâmica salutar pautada no discernimento e na necessidade de continuar vivos e produtivos.

No entando, a família nem sempre é paciente e solidária com os seus idosos. Muitos são tratados como algo imprestável dentro da própria casa que comprou com o suor do seu rosto. Os mais ranzinzas são internados em asilos distantes e esquecidos por filhos, noras e netos.

O que poderia ser um tempo de colher reconhecimento e gratidão, torna-se um pesadelo na vida de tantos idosos que passam a ser tratados como um "peso morto" dentro da sociedade.

Em muitos casos, falta o discernimento e a sabedoria necessária para administrar a "terceira idade". Esquecem esses idosos que têm tudo para viver em estado de graça, pois são os mais experientes para orientar com segurança quem está na "flor da idade".

Aqueles que procuram integrar-se a grupos que desenvolvem atividades artísticas, culturais e beneficentes conseguem uma "sobrevida" significativa no processo de inter-relacionamento social com outros idosos que gostam de caminhar, dançar, cantar, pintar, representar, estudar e reaprender a enxergar a vida por uma ótica mais otimista.

Diferentes dos idosos amargos, apáticos e ranzinzas, esses idosos vivem de bem com a própria consciência e são naturalmente felizes. Seus filhos, noras e netos até se orgulham do ou da "coroa" que "curte a vida numa boa" (desculpe o tracadilho).

Como se vê, ninguém precisa chegar à "velhice" como um ser incapaz e ocioso. Basta acreditar nos seus recursos intelectuais, em sua capacidade criativa e no seu entusiasmo pela própria existência.

O mundo não acaba depois da aposentadoria...

QUEM É A ARTICULISTA - CARMEM BARROS tem 65 anos, é do lar, aposentada e espírita há mais de 25 anos. Participou ativamente, durante 20 anos, da União Espírita Diogo de Vasconcelos Lisboa, com sede no conjunto residencial Costa e Silva. Desenvolve atividades assistenciais às famílias carentes do bairro com apoio da ANESPB e do Centro Kardecista Os Essênios, de João Pessoa, capital. E-mail para contato: carmempbarros1575@gmail.com.

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